sexta-feira, maio 20

Nuvens Negras





A exposição Modern Art Oxford hospedou em 2010 a primeira apresentação solo de Michael Sailstorfer que trabalha manipulações da forma, peso e volume no Reino Unido. Compreendendo uma mistura de intervenções por meio de esculturas que exploram noções de voo, movimento e deslocamento foram colocadas grandes câmaras de ar de pneus industriais suspensas no teto do pátio formando uma instalação notável e de grande porte. Eles são inflados e torcidos criando um conjunto de formas de borracha entrelaçada. O forte cheiro de borracha paira no ar que serve para enfatizar o seu impacto físico e que são capazes de interagir tocando os pneus, ou "nuvens".

quinta-feira, maio 12

O Pisca Alerta está Ligado



 
Não faz muito tempo que Chaplin filmou ‘Tempos Modernos’. O filme retratou a vida dos proletários pós III Revolução Industrial, no século retrasado. O clássico em preto e branco retratou parte da história nos cinemas com muita comédia muda. Chaplin mostrou como a vida havia se tornado fria e carente nos tempos de extensa jornada de trabalho e intensa mercantilização do ser humano pelo seu trabalho.

Nesse período o animal humano já era usado como coisa a ser negociada por meio da lei da oferta e procura de trabalho, numa sociedade extremamente atrasada, onde o acesso à educação era precário. A pessoas já eram claramente divididas entre classes e tinham a polícia pesadamente envolvida no controle social da população.  

Tudo isso foi retratado a tantos anos, no entanto, continua tão atual, e de certa forma, natural. Vivemos a aceleração desse processo com a negociação da nudez, do sexo, das companhias. É a repetição do passado com uma versão avançada do capitalismo. A briga entre o capital e o social tem repercutido um sistema em constante disputa.

Em termos da história humana, recentemente, a insatisfação com a mercantilização do sistema político, da biodiversidade e das relações humanas tem repercutido em centenas de manifestações no Brasil e pelo mundo. Lugares em que o povo também vivi a depreciação dos valores humanos, da ética e do respeito. Ambos sintomas mortais da ‘política empresarial’ que tomou conta das universidades, da justiça e da política.

A globalização acelerou a mercantilização da vida e tornou a população desatenta de valores culturais condizentes com a verdade humana. A política, a economia e a mídia se tornaram inimigas da ciência e de um estado de bem popular. Os valores socioeconômicos tem superado a igualdade humana, expondo pessoas a condições cada vez mais desumanas de existência.  

A vontade política, reflexo da vontade do povo, utiliza a massa ideologicamente popular como manobra na estabilização e aperfeiçoamento do sistema. A elite intelectual já está acostumada a operar muito bem esse sistema de exclusão e expropriação dos recursos, valores e riquezas sociais e naturais.

A solidificação dos partidos políticos em organizações com interesses privados patriarcalizou as ideias publicadas na mídia. Qualquer opinião ou pergunta que explore pensamentos discordantes pode ser taxada de agressiva ou politicamente incorreta. Chaplin parece ter prenunciado o mundo no qual vivemos, mas ainda assim o fez desconsiderando grande parte do sofrimento social.

Se o sistema pudesse ser comparado a um carro, diria que nesse momento estamos no acostamento, com o pisca alerta ligado porque o pneu furou e estamos trabalhando na sua manutenção. Talvez a troca de pneu não seja capaz de ilustrar a real mudança em curso e como ela tem sido capaz de se utilizar das crises para se fortalecer. Como costumam dizer, o buraco é sempre mais embaixo, no sentido de que o problema maior continua desconhecido, propositalmente apagado. 

segunda-feira, maio 2

Transgressão de ser eu






Eu vou falar
Por mais que isso te incomode
Que você tenha suas próprias ideias
Minha boca não permanecerá fechada

Não vou obedecer
Eu preciso de muito mais para viver
Porque a morte já me espera na esquina
E mesmo para os prudentes existe limite

Nem me importa sua cara feia
Suas críticas sem razão
Seus apelos emocionados
Sua cara zangada a se contorcer

A vida é minha
Por isso mesmo tenho que responder
Ao que incomoda meu jeito de ser
Me violenta por eu não poder fazer

Preciso bradar
A agonia dos preconceitos
Dos estereótipos
Das mortes silenciosas

Nem por isso preciso desacatar
Primeiro fui eu a ser massacrado
Agora só pretendo subverter
Esse respeito discriminador

Apontar esse bem convertido de mal
Esse amor mentiroso e odioso
Desmascarar minhas mascaras
Transformar a realidade pela verdade 

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