sábado, agosto 25

Parte II:Pequenos contos fantásticos de um camponês.


Em decorrência da grande plantação, era possível ir todos os dias no mercado Pedregoso e vender, com grande facilidade, os frutos colhidos. Aquele dia não seria diferente. Chegando ao Pedregoso seus frutos foram vendidos rapidamente. Só ficaram pequenas frutas para as crianças. 

Pedregoso era visitado por todas as pessoas do vilarejo, até o rei e seus filhos visitavam, com certa frequência, o mercado principal. Além das mercadorias, como frutos, bebidas, comida para viagens, etc., Pedregoso era um lugar para as pessoas famintas matarem sua fome. Depois de vender todos os seus frutos, Fuller, tinha o costume de falar pequenas contos e históricas para as crianças que passeavam ou viviam em Pedregoso. 

No fundo, sabia claramente, que suas histórias não resolveriam todos os problemas das crianças, mas, poderia ajudá-las a terem esperança e força de vontade. De certo modo, as histórias, pensava Fuller: eram como pequenas sementes lançadas num terreno pedregoso cheio de obstáculos, mas mesmo com todos os problemas, as sementes poderiam um dia frutificar e, assim, produzirem frutos maduros. 

-Crianças, hoje minha mulher cantou um música pela manhã sobre o impossível. Vocês sabem o que significa?-. Muitos não souberam responder, mas, de modo geral, falaram que era acreditar em algo, ir além das possibilidades. 

-Não se preocupem. Hoje, diferente de outros dias, contar-lhes-ei um conto diferente chamado “O impossível”. Preciso que todos prestem atenção, pois, nos simples detalhes, será revelado grandes segredos e maravilhas invisíveis para a mente. Lembrem-se: o essencial , por vezes, é invisível aos olhos.Assim, ouçam com o coração e não com o raciocínio puramente lógico.

Costumeiramente, antes de iniciar seus contos, Fuller, sempre pegava o resto das frutas que sobravam e, para tranquilizar as crianças, repartia-os a todos igualmente. Somente após a distribuição dos frutos para as crianças era que, de fato, iniciava seus pequenos contos. 

 “Conta-se nas antigas Cidades de Pedras, na antiguidade, um pequeno conto que mistura fantasia, tanto em seu sentido originário, como em interpretações mais recentes, intitulado “Estrela e o Homenzinho pequeno”; é a mais bela história de romance de todas as épocas. Na verdade, é difícil dizer com exatidão à época que ocorreu a história, igualmente, o local. Porém, os escribas e sábios dizem que os acontecimentos desenrolaram-se no Castelo perto do Mar, para lá da Muralha do Tigre, onde as flores desabrochavam constantemente e o brilho das estrelas assumem , em noites sombrias e fantasmagóricas, o lugar do Sol . 

Homenzinho pequeno, como era conhecido pelo povoado, sempre adorou pensar no impossível. Para ele o impossível era, em resumo, uma película sobreposta no mundo material; no entanto, a realização do impossível dependia, para além das condições materiais, da vontade (única) das pessoas. 

Para Homenzinho, as pessoas do vilarejo, sempre perguntavam e afirmavam: “ como isso possível?” , “de acordo com as condições naturais, isso é não dá certo!”, etc. Antes de perguntar se algo era possível, segundo Homenzinho, as pessoas deveriam perguntar a si próprios : “será que desejo isso”. Se desejassem, o impossível seria, nesse caso, uma simples consequência e não uma limitação. 

Portanto, para Homenzinho pequeno, o impossível ganhava materialidade a partir do desejo de torná-lo uma realidade concreta. Sonhos e, acima de tudo, projetos não realizados eram, segundo o mesmo, reflexos díspares do mundo material sobrepondo ao mundo dos desejos, ou melhor, o mundo do impossível ofuscando o possível. Nesse jogo, o mundo material (impossível) lutava constantemente contra o mundo dos desejos (impossível). Essa luta, segundo o próprio Homenzinho, era constante em toda história da humanidade.

 Era difícil saber, como Homezinho chegava a essas conclusões, considerada, pela sua família e, principalmente, pelo vilarejo, como questões absurdas, fora do comum e sem relevância.

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