sábado, junho 30

A família perfeita dos Outdoors



Quando vejo uma propaganda é sempre a mesma coisa. Trata-se sempre de um casal branco, loiro; sendo o homem mais alto que a mulher com um casal de filhos sorrindo. Todos saudáveis, bonitos, felizes e com as roupas combinando. Cristalizados numa imagem de alta resolução e olhando para todos de cima de outdoors como se vivessem o tão almejado mar de rosas. Mas num país como o Brasil onde a maioria é negra e pobre, isso parece uma aberração, pois grande parte da população tem cabelo enrolado e preto.

Alguém conhece esse pessoal que faz propaganda?! Temos de dar alguns avisos. Dizer verdades sobre como as coisas realmente são. Mas o fato é que ninguém parece perceber a discrepância entre o que tentam vender e a realidade. Acabamos nos acostumando tanto que nem parece haver diferença. Pelo contrário, o normal e habitual é conseguir chegar lá. Ser o que é bom é ser o que esta na imagem.

Não é de hoje que as propagandas procuram demonstrar uma realidade que só existe na cabeça e no cotidiano de 1% de todas as pessoas. Mesmo assim essas propagandas expressam uma realidade que não existe e em nada consegue reproduzir a verdade da realidade. Mesmo assim dá certo, as pessoas acreditam que aquilo é bom, aprendem a se enxergar naquilo. Tanto é que esse tipo de mershan sempre dá certo.

Fico imaginando se o homem branco, loiro de pele alva como as nuvens realmente é o que parece. Se não é homossexual - nada contra, mas justamente pela imagem que vendem seria uma afronta o hetero ser homo. Ou quantos retoques de Photoshop foram necessários para que aquela foto ficasse daquele jeito. Se a mulher que parece tão angelical e doce é na verdade uma despeitada deprimida que não consegue se exprimir e por isso costuma se drogar no banheiro de algumas casas de dança. Se as crianças do comercial não são adotadas.

Não estou querendo parecer pessimista e sim aplicar as noticias cotidianas veiculadas por todos os lados. A cada dia que passa os noticiários conseguem explorar ainda mais um mundo podre e nojento, nem parece estar falando do mundo. E de repente, as propagandas tentam esconder tudo isso. Como se um outro mundo fosse o correto, mas usam isso para vender mais e ignoram todo o contexto da veiculação daquele marketing.

Existe um disparate entre a imagem que usam para vender e a imagem dos que compram. É muito louco pensar que pessoas muito diferentes se atraem por algo que em nada lhes é condizente, que não traduz suas reais necessidades, muito menos expressa sua natureza ou sua própria história.

A partir dessa lógica só concluo que essas imagens carregam o ideal, o mais sacramentado jeito de ser. Os comerciais realçam este tipo ideal formando em quem vê essas propagandas a ideia sobre o que buscar e como buscar. O ideal sobre o que consumir é aos poucos introduzido nas mentes coletivas que se acumulam nos semáforos olhando pros outdoors e folheando páginas de revistas com mais propagandas. 

domingo, junho 3

A Idade do Céu


Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Na idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto Tic Tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...
Artista: Roberta Campos


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