sexta-feira, novembro 19

Do que temos medo?







Diariamente, a definição de medo está ou tem recebido uma expressão pejorativa, “aquele que tem medo é inferior, “Homem que é homem, meu filho, não tem medo”. O medo em qualquer lugar é tido como um sentimento para pessoas fracas, porque somente aqueles que são ditos fortes, não tem medo de “nada”. Contudo, deve-se perguntar, antes de considerar o medo, seja para fracos ou para fortes, de qual medo se trata. Ou então, medo de quê?

Numa linguagem freudiana; medo da castração? Medo de ser morto, preso, de morrer de fome? Medo de não ter? Medo de não ser? Medo de não ter um trabalho, que, aliás, seja bem remunerado e com bastante status na sociedade? Medo do medo? Medo de não ter medo? São tantos medos que temos, mas, resta identificar - o que é difícil - mesmo em simples palavras, qual será o maior medo que sobreponha os demais. Tarefa difícil, existem particularidades que desembocam para outros medos, mas como se tem dito por sociólogos, psicanalistas e filósofos, o maior medo de uma sociedade capitalista é o medo do isolamento.

O homem depois que transcendeu a natureza e adquiriu consciência de si e da morte viu a sensação de solidão e isolamento se tornar próxima da loucura. É necessário que, cada uma de nós, esteja correlacionado, em união com os outros. A necessidade de conviver com os outros chega a ser paixão mais forte do que o sexo e, pode-se afirmar mais forte mesmo que o desejo de viver. É o medo do isolamento e ostracismo, que faz aceitarmos, o que a sociedade considera como certo, ignorando nossa opinião, portanto, o âmago subjetivo. Pois, caso contrário, se não aceitássemos, isso representaria ser diferente (O que não é bem visto pela sociedade).

Assim, não chegamos a nós mesmos, deixamos de ser aquilo que o nosso grupo afirma não existir, ou aceitamos como verdade o que a maioria diz que é verdade, mesmo que nossos próprios olhos não convença que aquilo é falso. Tornamo-nos alheios a nós mesmos, despindo de nosso ser, desumanizamos à medida que humanizamos. Não somos nós, no momento que queremos ser nós mesmos. Instaura um divórcio consigo mesmo, ao ponto que não reconhecemos o “eu” frente ao “outro”. Somos o “eu”, querendo ser o “outro”. Ou, somos o “outro”, querendo o “eu”.

Tal como no estado hipnótico de dissociação, a voz e as palavras do hipnotizador tomam o lugar da realidade, assim o padrão social constitui a realidade para a maioria das pessoas. Por exemplo, o dono de uma fábrica precisa que o empregado, seja qual categoria for, subordine-se a ele (Patrão). Subordinado através de leis e ordens para que seja recompensado. É preciso ser visto com um bom trabalhador. Assim, sua vontade (O que ele deve fazer durante o trabalho) é dirigida pelo seu patrão. Rebelar-se as ordens, significar estar fora do trabalho. Não se pode contrapor as normatizações do patrão, caso contrário, estaria desempregado e chegando ao ponto de não ter aquilo que a sociedade considera como fundamental: dinheiro. Sem dinheiro, ele estaria isolado. Surge então o medo do ostracismo.

De fato, o que o ser humano considera verdadeiro, real, são os clichês aceitos pela nossa sociedade, e o que neles não se enquadra é excluído. Não há quase nada em que o homem não acredite, quando ameaçado pelo ostracismo. Restar indagar: - Haverá medos mais sutis que uma sociedade como a nossa possa produzir? Por enquanto, “há mais mistérios entre o céu e a terra, do que a nossa viagem constante e este meu texto pode descrever”.

sexta-feira, novembro 12

Pessoas especiais.

Passa pela minha vida ou nem chegam perto de mim e me emocionam, me fazem chorar, sentir bem. São assim, indescritíveis. Tem atitudes diferentes. São extremamente radicais e ao mesmo tempo doces como o açúcar. Fazem moda. Tem plena noção da realidade apesar de não parecer nunca por conta de seu jeito revolucionário.

Seu olhar é profundo, como o de um líder que exclama com a sombra celha. Parecem ser normais, a impressão que se tem, é a de que por d’ baixo daquela carne há luz, muita luz. E paz. São anjos conscientes de seu lado podre e majestoso. Sonegam oportunidades aos seus admiradores e sempre criam antipatia por alguns.

Mesmo depois de mortos são capazes de emocionar aqueles que nem chegaram a conhecê-los. São existências impares, nada pode suplantar o que estes demonstram, ou demonstraram. São, são e são. Jamais deixarão de ser, por mais que isso seja questionado num belo dia.

Depois de dizer tudo isso, ainda que de forma escrita, pode ficar evidente meu amor por muitos que não conheço e outros que me cercam. Penso em alguns, por isso prefiro esquecê-los. São sonhadores e quem sonha suga nossas energias eternamente. São um buraco de luz e vento que parecem nunca se extinguir.

Viver e morrer é o de menos. Assim eles pensam, agem sempre de acordo com essa máxima. Nada mais importa do que seus sonhos. O importante é a felicidade. Falam e cortam o que for preciso para se sentir livre e alegre. São por um tempo silenciosos. Aparentemente tímidos e simpáticos. Nem sempre tudo o que se gostaria que fossem, mas são. E sonham como sonham.

Gosto apenas disso: são especiais. Vão sempre povoar meus pensamentos e sentimentos. Fazer-me gozar e ter nostalgias sem droga alguma injetada na veia. Quero conhecer uma pessoa verdadeiramente especial e que seja difícil de compreendê-la. E que seu doce seja mais do que os outros são. Assim desejo.

domingo, novembro 7

Balada do Louco.

Balada do Louco
Ney Matogrosso

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon

Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

REFRÃO
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

CRÉDITOS
http://www.vagalume.com.br/ney-matogrosso/balada-do-louco.html#ixzz14ZcUSrx4

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